sábado, 4 de abril de 2015

Les Eaux de Cologne

Ainda devo o final da viagem italiana e algo sobre minha visita a Viena, mas é preciso aproveitar o momento para escrever, e a inspiração agora não poderia ser outra.

Tem o Reno, belo e grandioso. Tem a chuva, chata e constante. Tem o Glühwein, quente e saboroso. Tem a Kölsch, suave e maçante.

E tem os perfumes também, para quem liga para isso...

Colônia não é uma cidade particularmente interessante do ponto de vista turístico. Não possui o charme de Munique ou a concentração de história de Berlim. Para morar, entretanto,  é uma cidade bem interessante. É a quarta mais populosa da Alemanha, com um milhão de habitantes, e é o centro da maior zona metropolitana alemã, com várias outras cidades importantes por perto (Düsseldorf, Dortmund, Essen...) e outras menores, mas com certo apelo turístico (Koblenz, Aachen, Bonn...). Assim, tanto a cidade tem uma infinidade de coisas para se fazer, quanto é fácil fazer bates e voltas pelas redondezas.

A cidade é considerada pelos próprios alemães como uma das mais cosmopolitas do país. Há gente de todos os lugares, e estão mais integradas à sociedade do que em algumas outras regiões. Por consequência, você pode pegar uma lista de nações, tirar um país na sorte, e sem dúvida vai achar um ou mais restaurantes/bares temáticos. Também é a "capital gay" da Alemanha, a cidade com o Carnaval mais insano, e com o transporte público mais zoado (o que significa que todo dia tem uma ou outra linha de trem que atrasa cinco ou dez minutos - e os alemão pira!). Em resumo, a palavra-chave para definir a cidade é "diversidade".

Como o curso de línguas teve a ver com praticamente tudo o que vi e conheci por aqui, seja através dos amigos feitos ou das atividades de lazer, nada melhor do que começar falando da rotina ali.


Alemão in situ

Por causa de problemas de última hora com datas, em vez de ir para o Instituto Goethe em Mannheim, caí na Colônia Brasileira em Colônia, ou, melhor dizendo, Carl Duisberg Center (ou só "CDC"). Isso porque metade (ou mais) dos alunos quando cheguei era composta por brasileiros. Mais de sessenta graduandos do Ciências sem Fronteiras estudando, gritando e se atrasando. Impossível se sentir muito deslocado e, gostem ou não, a massiva presença brasileira tornava o lugar mais alegre. Em fins de fevereiro todos se foram, ficando de brazucas apenas eu e mais dois amigos do doutorado, e o CDC ficou parecendo um bunker após o fim da guerra.

E as aulas? Quatro horas e quinze minutos por dia, cinco dias por semana. Mais o tempo de estudo por conta própria, geralmente uma ou duas horas por dia. Some também a prática diária da língua, em qualquer lugar que você vai. Se isso não é intensivo, eu não sei o que é. Logicamente, depois de quatro meses só fazendo isso da vida, qualquer um sai falando Alemão melhor que um vocalista de banda da Oktoberfest, né?

De jeito nenhum. Em bom Português: ô lingua errada da porra! Sabe quando você aprende inglês e pergunta para o professor se existem regras claras sobre pronúncia, e ele diz "é o caos, só se aprende na marra mesmo". Então, isso resume 90% do Alemão. O uso de artigos segue regras tão bem definidas quanto as do truco. Os verbos são mais irregulares que licitação no Brasil. E as tabelas com as declinações - Jesus, as declinações! - são tão aleatórias quanto uma cartela de bingo. Isso é uma mesa. Você coloca algo sobre a mesa. Mas a coisa fica sobre o mesa. E cada bendita preposição que você usa leva uma declinação. Então, se você achava difícil usar "in", "at" ou "by" em inglês, imagine lembrar de tudo isso E se o diabo do lugar/objeto/pessoa é masculino/feminino/neutro e se você tem que usar o nominativo/acusativo/dativo/genitivo. Ao mesmo tempo. Enquanto fala. Com uma arma na cabeça.

Minha parte preferida (ou não) após os artigos é a posição dos verbos. Eles "normalmente" devem vir na segunda posição, como os Deuses da Lógica gostariam desde o início dos tempos. Eu bebo Coca-cola. Eu gosto de cachorrinhos. The book is on the table. Nice to meet you! Mas toda vez que você usa um verbo auxiliar (como "quero", "preciso", posso") ou uma frase que depende de outra (como "eu gosto de cachorrinhos, porque eles são fofos") o verbo vai para a posição que faz mais sentido: a última, óbvio. Então "eu quero uma pizza gigante com quatro sabores bastante queijo molho de tomate com pedaços borda de catupiry azeitonas verdes e não pretas... pedir". Se você tivesse pedido lá no começo da frase, a pizza já teria chegado. Falando do passado, a mesma coisa: "eu ontem durante a tarde junto com minha irmã meus cachorrinhos fofos e peludos nas suas camas quentinhas com um travesseiro macio e branco alegremente... sufoquei". Claro, contexto é tudo, e nenhum alemão parece desnorteado com isso (ou usa tantas palavras no meio da frase), mas para ouvidos estrangeiros é esquisito pra cacete.

Após alguns choques iniciais, o primeiro passo para melhorar o aprendizado é parar de perguntar "porquê". Línguas não são feitas para fazerem sentido. São construções históricas e não seguem regras claras feitas por um acadêmico metido a espero. Claro, vale perguntar para saber quais as regras gramaticais em jogo, se elas são simples o bastante para serem úteis. Para mim, ao menos, é importante entender as regras e a estruturação da língua para usá-la, outros já preferem aprender só por prática e repetição (o que é perfeitamente possível). Mas não tente descobrir porque um bárbaro germânico decidiu que, ao fazer algo com alguma coisa, todos os artigos permanecem os mesmos... MENOS o singular masculino. Porque isto é uma gata e eu alimento a gata, mas é claro que isso é um cachorro e eu alimento os cachorro. Lógico.

Mas, assim como todas as línguas tem suas ilogicidades e complexidades, todas tem suas partes simples. E eu vou dizer algo que vai arrepiar qualquer um que tenha ouvido um alemão sorridente falar "oi, como vai?" e achar que ele  estava xingando a mãe: a pronúncia alemã é fácil. Quero dizer, ao menos ela faz sentido, pois é uma língua muito fonética. Se você souber como soa cada letra (e cada ditongo, encontro consonantal, vocal com consoante...), pode ler qualquer palavra com razoável precisão. Inclusive aquelas monstruosidades que te fazem pensar como um alemão pode usar alinhamento justificado no Word (o que não é nada demais, pois o que eles fazem é simplesmente juntar palavras, ignorando os espaços e usando uma palavra para "linha de produção automatizada de carros populares amarelos de baixo custo com dois assentos "). Algumas pessoas sofrem bastante, particularmente aquelas que falam inglês como língua nativa, pois há muitas palavras parecidas e é tentador pronunciar do mesmo modo. Mas, para nós brasileiros, é até mais fácil que inglês. A minha impressão é de que não tem tantos sons estranhos e difíceis para nós, como os "there" e "thing" da vida, e aqueles diferentes geralmente podem ser resolvidos com um biquinho ou limpando o catarro da garganta.

Após quatro meses, então, tudo o que posso dizer é que consigo ler e escrever razoavelmente, se tiver um dicionário por perto (pois um bom vocabulário ainda é um sonho distante), falar trupicantemente se necessário, e ouvir o bastante para dizer "uhn?" com uma cara de idiota, fazendo a outra pessoa mudar automaticamente para o inglês. O bastante para viver o dia a dia, não o suficiente para impressionar uma alemãzinha com um papo inteligente.


Vida de colono
  
No primeiro mês eu fui alocado em uma casa no fim do mundo, de onde levava 50-70 minutos para chegar no CDC e no centro da cidade, com dois bondes, um ônibus e alguma caminhada. Isso limitou bastante minhas andanças, mas, logo após minha viagem à Itália na virada do ano, consegui mudar para um local mais próximo (os 20-30 minutos pareciam teletransporte para mim). Como bônus, em vez de uma casa de família como a outra, era um pequeno apartamento em um prédio separado que eu dividi com apenas mais um colega egípcio de CDC. Se, por um lado, estar confortável em casa me faz botar menos o nariz na rua, por outro é essencial para meu bom humor e sanidade.

Estabeleci então uma rotina consistente. Na maioria das vezes, saía do curso às 13:00 e ia direto para casa cozinhar. Essa é uma diferença que o turista geralmente não nota: alemão não costuma almoçar pra valer durante a semana. Para eles, o normal é comer algum lanche ou prato rápido e seguir na atividade, deixando a refeição mais substanciosa e variada para a noite. Refeições "de verdade" em restaurantes costumam ser caras. Então foi rápido cansar das poucas opções próximas ao CDC. Por outro lado, qualquer supermercado é um deleite, cheio de comidas que são caras e especiais para nós, mas perfeitamente normais para eles. A maioria das coisas você pode encontrar em um Angeloni da vida no Brasil, mas com pouca variedade e preços nas alturas. Então, para mim, foi uma festa de presunto cru, queijos fortes, cogumelos frescos, salsichas, peixes defumados/em conserva... Galera de Blumenau: sim, você encontra Rollmops no mercado. Mas é enrolado em pepino e nem de perto tão azedo. Um alemão contemporâneo faria a mesma careta do seu colega paulista ao provar a mortífera especialidade do Vale.

Apesar do "default" ter sido ir do CDC para casa, fazer os deveres do curso e jogar computador, pelo menos algumas vezes por semana eu ficava pelo centro, fosse para almoçar com os amigos, dar uma volta para visitar algum lugar ou comprar algo. Ou voltava para casa e saía de noite. Daí era preciso ter coragem e enfrentar o adversário diário do Inverno: o clima.

A região de Colônia não é fria, para os padrões alemães. A topografia tem muito a ver com isso, pois é mais frio, por exemplo, na Bavária, que fica mais ao Sul. Isso significa que, durante o inverno, tivemos três ou quatro ocasiões em que nevou o bastante para deixar o chão e os tetos brancos. A neve realmente deixa o lugar bonito e atrapalha mais quem anda de carro (embora, em uma ocasião, eu tenha levado o proverbial tombo de bunda no meio da rua, ao escorregar em gelo). Chuva, por outro lado, é arroz de festa, aparece o tempo todo. Mas é muito diferente do Brasil. Só uma vez caiu um toró de verdade, e nada daquelas chuvas pesadas de dias do inverno sulista. A chuva é leve e raramente exige um guarda chuva (se você estiver com uma roupa pesada de frio, lógico).

A coisa mais chata é o céu constantemente nublado. No alto inverno, podem-se passar dias antes de você encontrar um espacinho entre as nuvens para te lembrar que o céu é azul. Às vezes o tempo abre, mas isso significa que o frio será pesado. Nada de esquentar ao sol, o negócio é ficar dentro de um lugar aquecido olhando o mundo pela janela. Durante o inverno, o normal é a temperatura ficar entre zero e quatro graus, com uma sensação térmica uns dois ou três graus menor (mas que os deuses tenham piedade de sua alma se ventar).  Justiça seja feita, a gente passa mais frio no Brasil, pois os interiores não estão preparados para isso. Aqui você não precisa enfrentar todo o dia o dilema ético entre abandonar o abrigo de três cobertores de manhã ou ignorar o mundo que existe além da ponta de seu nariz gelado.

O clima realmente diminui a vontade de sair de casa, mas quem vive aqui não pode ficar preso a isso, senão não faz nada. É botar a bunda na rua e fazer a dança do tira-bota-casaco o tempo todo. No final, acabou sendo muito menos pior do que eu imaginava. Do mesmo modo que a escuridão do inverno: assusta em dezembro e janeiro ter um dia que acaba às quatro e meia da tarde, mas isso muda com uma rapidez impressionante: em março você já tem dias se estendendo até sete e meia (oito e meia, quando entra o horário de verão no fim do mês). No verão, a noite só chega depois das dez. Fico curioso para saber se no outono a diminuição será também tão veloz.

Uma coisa interessante do CDC (e que também existe em outras escolas de idiomas) é a existência de um programa de atividades de lazer. Praticamente todos os dias tinha alguma coisa para ser feita fora do horário de aula. Atividades para todos os gostos, como visitar museus, jogar futebol ou Lasertag (um Paintball menos doído). Nas sextas à noite, saídas para bares ou cervejarias. Em Colônia os estabelecimentos típicos são chamados "Brauhaus", cervejarias de aspecto rústico que servem comida alemã e cerveja. Algumas mais polidas, outras bem estilo taverna. Logicamente, essa era a atividade que eu mais frequentava, pois, além de gostar da comida e da cerveja, curto bastante o clima desses lugares. Mas existe um pequeno problema: a cerveja.

"Problema com cerveja? Na Alemanha??". Calma, calma, amiguinhos, deixem-me explicar. Colônia tem um orgulho grande de sua cultura regional, que possui até um dialeto próprio (o Kölsch, tão bizarro que mesmo os cardápios para os alemães tem que ser bilíngues). Isso inclui também um tipo de cerveja típica, a Kölsch (sim, aquela mesma da Einsenbahn). É uma cerveja amarela, pouco amarga e bem leve para os padrões alemães, tomada sempre fresca em copos pequenos de 200 ou 300ml. Não meu tipo favorito, mas boa mesmo assim (prefiro mais a escura Altbier, da rival Düsseldorf, mas nunca fale isso em voz alta em Colônia!). O problema é: ela está por toda a parte. Difícil entrar em um bar ou restaurante que tenha outras opções, que não passam de uma Pilsen ou cerveja de trigo (de garrafa, não do barril). Os sonhos maravilhosos de balcões repletos de torneiras com cervejas de todas as cores e gostos não se tornam realidade em Colônia, a não ser que você procure um lugar especial ou um pub inglês/irlandês/belga. Nenhum problema para o turista ocasional, mas para o morador que quer provar todos os tipos e marcas possíveis, o supermercado é melhor.

Comida, por outro lado, não é problema. O aspecto cosmopolita da cidade se estende aos restaurantes. Então, além da culinária alemã (que eu adoro), você encontra restaurantes da nacionalidade que quiser. Incluindo um espeto corrido brasileiro que, se não tinha a diversidade de carnes de um original, compensava pela abundância de picanha (sem piadas como "minha picanha na tua abundância", por favor).

O dia a dia já seria novidade o bastante para mim, mas eu preciso mencionar destaques nesses meses. O primeiro não é exclusividade de Colônia, mas algo bem típico na Alemanha: os mercados de natal ("Weihnachtsmärkte", saúde!). Durante todo mês de dezembro, as praças das cidades são tomadas por barracas de comida e badulaques natalinos, com toda a decoração tradicional. Até as cidades pequenas tem os seus, e nas maiores, como Colônia, existem vários. Neles é possível provar o Glühwein, que nada mais é do que um quentão alemão, mas que desce que é uma beleza no inverno. O clima da cidade fica muito feliz e gostoso nessa época, pois os moradores realmente curtem os mercados (não é só "para turista ver"), e todo dia você os encontra movimentados. Em um mundo de pseudo-almoços à base de Currywurst e tranqueiras de padaria, uma passada nos mercados sempre é uma boa opção.

O outro é bem particular daquela zona do vale do Reno: o carnaval. Teoricamente o período de carnaval se inicia às 11:11 de 11/11, mas a comemoração para valer é em fevereiro, como no Brasil. Oficialmente só a segunda-feira é feriado, mas horários de aula e trabalho costumam ser modificados na sexta e/ou quinta, para as pessoas poderem sair às ruas, encher a cara enlouquecidamente e (na segunda) ver desfiles de carros alegóricos. Basicamente é como no Brasil, mas com músicas de Oktoberfest e com roupas. Ou melhor, fantasias. Estar fantasiado é requisito quase obrigatório para festar, quem não tem pelo menos um chapéu engraçado ou um nariz de palhaço é o "anormal". Infelizmente, eu fiquei por lá apenas na metade do primeiro dia, pois, como um bom senhor de idade, aproveitei o feriadão de quatro dias para ir ver museu em Viena (cidade fantástica!). Mas deu para perceber que é caótico e divertido. E desafio qualquer um a ouvir o "hino" do carnaval algumas vezes e não ficar com esse treco grudado na cabeça!


Turismo colonial

Se minha passagem por Colônia tivesse sido nas minha viagens turísticas, quando tempo eu teria ficado por lá? Um dia, apenas (dois se fosse visitar o bom zoológico, claro). Seria perfeitamente possível chegar de manhã na estação central, visitar caminhando os principais pontos de interesse que ali se concentram, e ir embora no fim da tarde. Colônia possui, na verdade, uma das histórias mais longas e ricas da Alemanha. Desde que os romanos estabeleceram ali uma das suas fortalezas - logo transformada em cidade - na disputada fronteira germânica do Reno, Colônia é um dos principais centros da região. O problema é que os restos romanos foram quase totalmente apagados pelas etapas subsequentes. A enorme muralha medieval que cercava a cidade também foi desmantelada há tempos, ficando apenas uma coleção de grandiosos portões espalhados pelas praças. Mas o principal fator anti-turismo é o pesado bombardeio que a cidade sofreu durante a Segunda Guerra. A cidade foi devastada e, ao contrário de outras que sofreram com o mesmo destino, as construções antigas não foram reconstruídas fielmente. Para reerguer a potência econômica, foram levantados prédios sóbrios e sem muita graça. Assim, você não encontra um centro ou ruas históricas bem definidas, apenas alguns sortudos sobreviventes em meio à paisagem insossa.

Mas um desses sobreviventes por si só justifica uma visita, e atrai turistas como uma lâmpada para insetos: a catedral ("der Kölner Dom"). Basta você sair da estação central para ela lhe dar um soco nos olhos, logo ali do lado. A massiva fachada com duas torres é absurdamente massacrante (é a terceira igreja mais alta do mundo, atrás de uma construção moderna na Costa do Marfim e da catedral de Ulm, que só possui uma torre). Ao contrário de outras catedrais góticas limpinhas que já vi, o Dom possui um exterior "sujo" e escurecido, dando um aspecto um tanto quanto sinistro à Casa do Senhor. Mesmo tendo passado em frente à ela inúmeras vezes nesses quatro meses, era impossível não se impressionar.

Colado ao Dom, encontra-se o (pausa para respirar) o Römisch-Germanisches Museum, o museu de arqueologia da cidade. Não muito grande, mas interessante o bastante para gastar uma ou duas tardes. Ali foi descoberta uma casa romana com um grandioso e fantástico mosaico no chão, e a "solução" para não desmantelá-lo foi construir um museu ao seu redor (ah, se em todo lugar fosse assim...).

De resto, por ali, podem ser encontradas no centro outras igrejas interessantes, a antiga prefeitura, os restos subterrâneos da fortaleza romana ("Praetorium") e o próprio Reno. As paisagens da renomada rota romântica do Reno se localizam rio acima, entre Mainz e Koblenz. Ali em Colônia é só um grande rio margeado por cidade, mas mesmo assim tem um pôr do sol bonito. Nas estações mais quentes, gastar fins de tarde (ou noite) nos bares e restaurantes às suas margens deve ser ótimo (nas mais frias, é possível encontrar lugares fechados com uma boa vista).

Como parte do programa de lazer do CDC, fizemos também algumas visitas de finais de semana à cidades próximas de interesse turístico. Todas se tratavam de cidades não muito grandes, antigas e com centros históricos bem preservados. Mas, além disso, cada uma tem destaques adicionais. Aachen, na fronteira com a Bélgica, foi local do principal palácio construído por Carlos Magno, e consequentemente tem um museu que dá destaque aos francos e ao início do Sacro Império Romano. Maastrich é na Holanda e tivemos pouco tempo para ver, pois levou três horas para ir e para voltar, nada adequado para um bate e volta. Para quem gosta, possui dezenas de galerias de arte. Koblenz, por fim, é uma hora ao sul de Colônia, e é disparado a mais legal das três, seja pelas bonitas paisagens à beira dos rios ou monumentos históricos. Como destaque absoluto, o complexo do castelo, que fica no topo da colina, com diversos meandros e corredores em meio às muralhas e aposentos. Só em Heidelberg me lembro de ficar tão entretido explorando um castelo (mas também contribui para a experiência o fato de ser um dia chuvoso e o lugar estar quase deserto).


Da colônia para a cidade

E, exatamente mo primeiro de Abril, tudo se encerrou (de verdade!). Fim do curso de línguas em Colônia para começar o trabalho para valer em Darmstadt. Que também é uma cidade simpática e não tão pequena para os padrões alemães (150 mil habitantes, 430 mil na zona metropolitana). Aqui não será tão fácil entrar no bonde e em minutos estar em um museu, zoológico ou apresentação musical, mas Frankfurt está a meros 20 minutos de trem, e as redondezas estão plenas de cidades interessantes e paisagens bonitas (Mainz, Heidelberg, a rota romântica do Reno). De Colônia, sentirei falta dos amigos feitos lá e da vivacidade da cidade, a imensidão e diversidade de coisas para serem feitas a qualquer hora e lugar.


E até agora estava vivendo em um mundo paralelo, cercado por estrangeiros e pessoas acostumadas a conviver conosco, em uma cidade cosmopolita. Agora é hora de provar um pouco mais da Alemanha e dos alemães, embora também no mundo diferenciado da universidade. Mas é excelente ter de novo uma casa própria, e estou ansioso para começar o trabalho de verdade. Fim de "férias", hora de focar na ciência. E, espero, não esquecer que o artigo definido feminino no caso dativo muda para a mesma forma do artigo masculino no caso nominativo...