quarta-feira, 2 de abril de 2008

Resenhas do dia - filmes em cartaz

Umas resenhas, que há tempos não davam as caras por aqui... Um comentário: o mangue que me desculpe, mas os cinemas do Iguatemi são muito foda. Os melhores que já fui aqui em SC, disparado (ainda não fui nos do Floripa Shopping para comparar). Perdão, jacarés!


10.000 A. C.

Quem viu o trailler, já sabe o que esperar do filme. É um daqueles onde o único momento cerebral dos produtores foi: qual cenário ainda não explorado vamos usar para entupir de efeitos especiais? Então tiram da gaveta o roteiro-modelo de aventura épica, preenchem as lacunas e pronto, aí está. Às vezes consegue ficar bom, em outras o resultado é medíocre (vide "Apocalypto" - um dos poucos filmes que não consegui assistir até o final). Mas vale a pena arriscar pois, no mínimo, se terá um pouco de diversão visual acéfala. Foi nesse espírito que fui ver "10.000 A. C.", e minhas expectativas foram satisfeitas. Ou seja, visual e cenas de ação, nada mais. E nem estas se destacam em meio à enxurrada dos últimos tempos. No resto, o filme chega até a ser tedioso em alguns momentos, nada de surpresas. E, claro, nunca custa avisar: veja o filme inteiramente como uma fantasia. Nada que lá aparece é histórico: animais em lugares e épocas erradas, tecnologias completamente fora de contexto, humanos primitivos com mentes e conceitos modernos. Em suma: não vale a entrada, a menos que você ainda se divirta incrivelmente com cenas de ação computado(pasteuri)zadas... NOTA: 6,0.


O Orfanato

Quando fui no cinema ver o filme acima, vi o cartaz de "O Orfanato", que nem sabia que estava passando. Gênero? Suspense, interessante. Li a chamada. Suspense sobrenatural? Melhor ainda. E daí vi o nomezão em cima do título. Guillermo del Toro? Opa, agora sim! Afinal, é o cara que foi responsável pelo maravilhoso "O Labirinto do Fauno". Mas atenção: é o truque que estão usando direto agora. Se o produtor é conhecido, botem o nome dele com todo destaque no cartaz, e o do diretor em segundo plano (sim, "O Albergue" não é do Tarantino). Mas tudo bem, se percebi e não fui enganado, pelo menos funcionou ao chamar minha atenção. E valeu a pena! A história é meio clichê, mas os elementos são utilizados de uma forma excelente. É igual a ouvir aquela banda anos 80 soltando um disco à moda antiga, mas com o som completamente revigorado. Não é de se colocar o filme num pedestal, entretanto: a primeira metade é muito parada, com alguns momentos tensos um pouco forçados (à exceção de um - ah, aquele menininho com saco na cabeça...). Mas ao se deparar com a aparição de nada menos que o Seu Barriga (não, não estou brincando! Mas o Chaves não aparece, infelizmente...), se preparem, pois é aí que a coisa começa a pegar. Segue-se uma cena extremamente tensa, mais algum drama, e depois um final simplesmente espetacular (e olha que sou calejado no tocante a finais de filmes de terror). Novamente, talvez nem tanto pelas idéias em si, mas pelo modo como são executadas. Um outro porém são as duas cenas finais, completamente dispensáveis. Mas são curtas e não atrapalham (e fazem o papel de explicar aos muito burrinhos o que aconteceu). Um mérito adicional é que, sendo uma produção não-hollywoodiana (o filme é espanhol), o filme possui alta qualidade estática, mas usa de pouquíssimos efeitos especiais para criar o suspense. Então, este sim vale a pena o ingresso, vá sem medo (se você gosta de suspense sobrenatural, é claro). NOTA: 8,5.

Um comentário:

Fábio Ricardo disse...

Sou obrigado a discordar em um ponto sobre o que vc falou do 10000 AC. Além do visu animal, cheio de efeitos q tu falou (se bem que os efetos do tigre dentes de sabre ficaram podrões) eu achei mto legal o lance de misturar todo aquele monte de religiões, mitos e filosofias diferentes em um só filme. O recurso é legal pra gente raciocinar sobre as nossas religiões e moitos em si. Claro que não para nós, que discutimos isso jah centenas e centenas de vezes. Mas para quem vai ver o filme e quer tentar pensar pelo menos um pouquinho, isso é interessante. Ver que cada povo tem a sua crença, mas no fundo todas elas são exatamente a mesma coisa.
Por mim, ganhou um ponto positivo por causa disso. O que matou mesmo foi homem das cavernas beijando na boca, no final. Tomar no cu! Vai ser hollywood assim lah na caverna!