segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Ironias do destino

Em 2005 eu fiz a minha maior viagem até o momento, quando engatei o Congresso de Herpeto em Belo Horizonte com o Enapet em Fortaleza. Foi muito massa atravessar o país em ônibus de linha, mas no momento o que quero mostrar é aquilo que escrevi no Santuário sobre Bh, depois da volta:

"BELO HORIZONTE

BH é uma cidade enorme, não é turística, e é antiga. Então é fácil concluir o que se esperar: sujeira, feiúra, prédios velhos, sensação de que a cidade já viveu dias melhores. Bem, talvez seja preconceito de quem passou a vida toda em cidades turísticas e relativamente novas. Mas mesmo os belo-horizontinos com quem conversei concordam: não é uma cidade que tenham muitos atrativos para gente de fora. Por ser grande e antiga, é claro que ela possui lugares que vale a pena conhecer, entre eles a Praça da Liberdade e seus prédios históricos, as igrejas (em especial a Basílica de Nossa Senhora de Lourdes) e os museus de História Natural da PUC e da UFMG (pequenos, entretanto). Mas não precisei dedicar muito tempo ao turismo quando estava lá, e não perdi muito. Vi pouca coisa além do que citei acima. Uma dica importante a qualquer pessoa que vá para BH: esteja em forma. O que a cidade tem de pirambeira não é mole! De resto, posso citar uma curiosidade: jamais vi uma cidade com uma quantidade tão imensa de... ônibus! Cara, tem busão a dar com os pés! E olha que tem metrô por lá... As coisas lá também são um pouco mais baratas que aqui, como comida e bebida. Ponto positivo para os mineiros: a fama de prestativos procede. Quanto à de desconfiados, eu não cheguei a perceber...

Conclusão: BH, só vá se tiver algo importante para fazer. Só para conhecer, não vale a pena."

Depois de viver em BH alguns meses, acho que minhas impressões tinham sido até que bem apuradas na época. A única ressalva é a de que tem pouca coisa pra ver. Como a cidade é enorme, sempre tem coisas pra quem mora lá ir descobrindo. E o povo é legal, sim. Mas o mais irônico são as frases finais. Não, naquela época eu não tinha a menor idéias, nem jamais tinha passado a menor possibilidade pela minha cabeça, de que eu acabaria indo morar lá por algum motivo.

Essa vida apronta cada coisa com a gente...

5 comentários:

Rodrigo Oliveira disse...

a língua é o chicote da alma. alguns falam que é de outro lugar tb, mas deve ter um gosto ruim. então eu prefiro alma mesmo.

E respondi aquela sua questão sobre as reticencias. o texto nunca diz o mesmo pra quem e le quem escreve. os olhos do beholder, acho eu... (com reticências)

Félix disse...

ah, e outra ressalva das grandes: BH é nova! a nova capital foi planejada muito depois de floripa e até blu terem sido fundadas. mas ao contrário a primeira, não começou a se desenvolver só há pouco, e ao contrário da segunda, não passou por quase-destruições recentes. então por isso a impressão de coisa velha...

Anônimo disse...

Opa, deixa eu defender minha cidade de adoção.
BH não é feia, não. Tem lugares magníficos, a Serra do Curral, muitos parques urbanos, praças, avenidas largas bem arborizadas, o próprio campus da ufmg é um lugar bonito e agradável, a região da Pampulha, etc.
Tem muitas coisas interessantes para se fazer, como vc já observou: uma quantidade enorme de eventos culturais, muito mais museus além dos de História natural, exposições de arte, inúmeros shows (dos bares nem vou falar).
Mas, claro, temos quase 4 milhões de habitantes, se vc considerar a Grande BH. O que implica em todas mazelas de uma metrópole: urbanização descontrolada, poluição visual e atmosférica em muitos locais, trânsito ruim, assaltos, subúrbios pobres, favelas, centro da cidade sempre lotado e muitas vezes sujo (embora seja varrido 3 vezes ao dia, sabia?), hipercentro desvalorizado e mal-conservado, etc
Vc podia, ao voltar a BH, fazer um pouco mais de turismo e olhar a cidade com mais benevolência. Vai acabar se apaixonando! Os pontos fortes dominam, uai!

Félix disse...

concordo, claro. toda cidade tem regiões bonitas, principalmente as periférias e os arredores. mas, no geral, era muito caótica para um guri de cidades relativamente pequenas, há alguns anos atrás. e mesmo depois de viver oito meses lá, para o meu gosto pessoal, as vantagens das cidades não-tão-grandes ainda são maiores.

Fábio Ricardo disse...

Issaê, Blumenau é bem mais massa, heheeh.
Não tem nada disso que tem lá, mas pelo menos tem um Solo Sagrado...